A Síndrome Geniturinária da Menopausa (SGM) é uma nova terminologia que substitui os termos: atrofia vulvovaginal e atrofia genital. Essa mudança foi proposta pela North American Menopause Society (NAMS), Europan Menopause and Andropause Society (EMAS), International Menopause Society (IMS) e International Society for the Study of Women´s Sexual Health (ISSWSH) e teve publicação simultânea nas revistas Menopause, Climateric, The jornal of Sexual Medicine.
Estima-se que a SGM ocorra entre 85% e 82% em mulheres na pré-menopausa e de 40% a 57% em mulheres na pós-menopausa.
A síndrome é desenvolvida pelo hipoestrogenismo (queda dos níveis de estrogênio) levando a uma serie de alterações, que se observa no epitélio vaginal, e no trato geniturinário (órgãos genitais e urinários).
A persistência do hipoestrogenismo determinara o surgimento vários sinais e sintomas.
Estudos realizados em países europeus observaram os mais frequentes:
(estudo REVIVE) – sintomas
- Secura – 40%;
- Irritação – 27%;
- Dispareunia (dor na relação) /Sinusorragia (sangramento na relação) -20%.
(estudo AGATA) – sintomas
- Secura – 100%;
- Dispareunia (dor na relação) / Sinusorragia (sangramento na relação) – 77,6%;
- Ardência – 56,9%;
- Prurido (coceira) – 56,6%.
Os sinais mais frequentes foram:
- Secura da mucosa vaginal – 99%;
- Afinamento das pregas vaginais – 92,1%;
- Palidez da mucosa – 90,7%;
- Fragilidade da mucosa – 71,9%;
- Patéquias (manchas avermelhadas) – 46,7%.
O epitélio do trato urinário é sensível à queda dos níveis de estrogênio, podendo apresentar sintomas de infecção do trato urinário (ITU). Para o diagnostico diferencial é preciso solicitar um exame de urina e urocultura.
Na SGM, apenas 1 a cada 5 mulheres consultará um médico por causa desses sintomas. Isso ocorre porque elas julgam que os sintomas não são suficientemente importantes, se sentem envergonhadas ou porque se automedicam. Assim a SGM será subdiagnosticada e subtratada.
O índice de Saúde Vaginal (ISV) é usado para avaliar a elasticidade total, tipo e consistência da secreção de fluidos, ph, mucosa epitelial e umidade, que variam de 1 a 5 na pontuação – a mais baixa correspondendo a maior atrofia urogenital.
Existem outras doenças com quadro clinico semelhante ao SGM, sendo necessário fazer exame físico, e em alguns casos solicitar exames complementares para fazer o diagnostico diferencial.
Exemplos:
- Diabetes mellitus descompensada;
- Candidíase;
- Tricomoníase;
- Vaginose bacteriana;
- Dermatite de contato (alergia, irritantes);
- Liquem escleroso vulvar;
- Neoplasia intraepietelial de vulva;
- Doença extra mamaria;
- Ulceras do trato vaginal, ou devido a traumas, ou doenças sistêmicas (ex: doença de crohn).
Tratamento SGM.
(TH) Terapia sistemica Hormonal, se não houver contra indicação.
Indicado para mulheres que estejam dentro da janela cronológica (<60 anos, ou< 10 anos de pós-menopausa). O tratamento hormonal apresenta benefícios adicionais, como melhora dos fogachos (se presentes) e prevenção da perda de massa óssea.
O TH local é indicado como primeira opção para mulheres com mais de 60 anos ou mais de 10 anos de pós-menopausa. Reduz os sintomas em 80% a 90% dos casos e, também há a indicação da TH sistêmica quando esta não melhora a SGM, sendo essa conduta adotada por vários serviços de ginecologia em diversas partes do mundo. É recomendado o TH estrogênico, iniciando com a baixa dose.
Também adotado pelo Sobrac (Associação Brasileira de Climatério)
Medicações em uso.
- Terapia estrogênica
- sistêmica, transdermico e subcutâneo – Implantes (Pelets)
- Lubrificantes
- Hidratantes
Outros tratamentos da SGM
- Ospemifeno
- Basedoxifeno
- Androgênios
- DHEA
- Testosterona
- Laser vaginal
Orientamos que na vigência dos sintomas, procure seu ginecologista!